Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

terça-feira, 14 de junho de 2016

"Nem preciso de Deus" - Entrevista de Alexandra Lucas Coelho publicada no suplemento Mil Folhas (jornal Público - 11/11/2000)

A fotografia da capa desta edição, foi posta em destaque na página do Facebook da Fundação José Saramago, aqui em https://www.facebook.com/fjsaramago/?fref=nf

"A capa do saudoso suplemento Mil Folhas do jornal Público de 11 de novembro de 2000, onde se publicava uma entrevista dada por José Saramago a Alexandra Lucas Coelho por altura da publicação de "A Caverna".
A ilustração da capa é de André Letria." - Fundação José Saramago

A entrevista pode ser consultada e recuperada, aqui
Publicada no suplemento Mil Folhas (jornal Público - 11/11/2000)

"Nem preciso de Deus" - Alexandra Lucas Coelho

"O primeiro romance de Saramago pós-Nobel não chega a ter matéria de incómodo. Talvez no próximo, "A Viagem do Elefante", regresse à insurreição com que fala, por exemplo, de Deus.

Só por ordem médica o Nobel José Saramago desistiria de viajar. E como aos quase 78 anos (cumpridos no próximo dia 16) continua seco e saudável, entre Nova Iorque e Santiago do Chile deu um pulo a Lisboa esta semana. Os 50 mil exemplares do seu novo romance acabavam de ser impressos, a tempo de chegarem dia 15 às livrarias, e havia que acertar os pormenores do lançamento nacional e internacional - directos pela Internet, digressões por Espanha, etc. 
Sendo que a ideia de "A Caverna" já vem de antes do Nobel, ao fim de três anos e de umas tantas voltas ao mundo, eis finalmente o romance - afinal escrito em apenas seis meses, os primeiros de 2000. Um recorde pessoal de quem queria mesmo acabar antes do fim do século. "A única pressão era essa, escrevi-o no mesmo estado de espírito dos anteriores. Não tinha que provar que era capaz de fazer outro livro." 
De resto, o próximo, entre uma digressão e outra - "não consigo dizer que não" - já tem nome: "A Viagem do Elefante", a ser escrito logo que Saramago termine duas encomendas menos morosas: uma história policial, para o Brasil, e o prefácio de um volume da Bíblia, a sair em Itália. 
Na Alegoria da Caverna segundo Saramago, uma família de oleiros representa o exterior humano e artesanal de um Centro (nunca se escreve comercial, mas o autor tem-lo dito) com muralhas altas e janelas que não se podem abrir (para evitar suicídios incómodos). 
Estamos longe da intensidade (e da ideia) de um "Ensaio Sobre a Cegueira", a obra que abre, diz o autor, a "trilogia involuntária" que "A Caverna" vem fechar - no meio está "Todos os Nomes" -, constituindo uma "espécie de visão do estado da humanidade". 

PÚBLICO - "A Caverna" não é propriamente uma descida aos infernos. Em relação ao "Ensaio Sobre a Cegueira", em que o autor nos coloca dentro do horror, aqui estamos sempre de fora, e quando entramos, saímos logo, como os protagonistas, aliás. 
JOSÉ SARAMAGO - Saiem, mas sabem que o que faziam [a olaria] já não serve a ninguém e que o futuro é incerto. Essa saída faz-se pelo amor, duplamente, o de Marçal e Marta, o de Cipriano e Isaura. O amor construído a pouco e pouco, que tem medo de ser. Mas é efectivamente um livro cheio de ternura.

Que tempo e lugar tinha na cabeça?
Pode ser o nosso tempo. Não houve nenhuma catástrofe nuclear nem ecológica. Aquele rio está podre, mas não faltam rios podres... o lugar concreto que tinha na cabeça é a minha própria aldeia [Azinhaga, concelho da Golegã], o rio da minha aldeia que cheira mal que tresanda... com as fábricas que despejam todas as imundíces. E há esse mundo que se extingue, que tem como paradigma a olaria.

Em vez do Centro, da Caverna, o autor opta por detalhar aquela vida artesanal, aquela humanidade arcaica.
Foi talvez a própria história que o determinou. Dei-me conta que havia qualquer coisa ali que se destingue do "Ensaio...", de "Todos os Nomes".

Como se a sua visão amarga e pessimista se tivesse suavizado?
Não, não penso melhor do mundo do que quando escrevi o "Ensaio...", nem haveria razões para isso. Digamos que aquela gente merecia outro tratamento. É uma espécie de piedade, que não é auto-comiseração, mas piedade pelo ser humano, que é tão frágil. Mas o autor tem a consciência de que nunca vivemos tanto na Caverna de Platão como agora. Acho que o Platão escreveu o livro sétimo da "República" para nós. É que as pessoas estão tão contentes de ser aquilo que são... E sem querer chocar ninguém, estão a ser tão pouca coisa que não creio que seja "A Caverna" que os vai iluminar, provavelmente necessitariam de um choque mais violento, um choque com os seus próprios interesses. Vivemos em plena egonia, é o egonismo não só dos que têm, mas dos que fazem de conta que são ricos. Andamos no fingimento.

Na disputa de poder interno, o PCP é um partido como os outros

A ilusão da Caverna. E qual é a alternativa?
O caminho da participação, da indignação, uma insurreição ética. Os partidos políticos, particularmente os de esquerda, deveriam meter os seus programas numa gaveta e pôr na mesa e na prática uma coisa tão simples como a carta dos direitos humanos.

Nessa lista incluía o PCP?
Evidentemente.

É o seu partido, ultimamente rasgado por debates internos que têm a ver com liberdades tão básicas como a de expressão.
O que está em debate no PCP é que há uns que se anunciam assim e outros que se anunciam assado e, como é normal em qualquer partido, uns pretendem retirar os outros para ocuparem o seu lugar. Nesse plano, o da disputa do poder interno, o PCP é um partido como outro qualquer. Mas não está a acontecer nada de extraordinário, tudo isto se passou noutros partidos comunistas. As coisas vivem, têm um tempo, corrompem-se, fragmentam-se. O unanismo não é possível. Costumo dizer que não deixo o meu partido sobre a condição de que o meu partido não me deixe a mim.

O partido deixá-lo significa o quê?
Deixar o partido de ser o que é, aquilo que me fez entrar nele. Mas não vejo outro onde pudesse estar. Se o partido me deixar, não vale a pena virem-me com cantos de sereia. Se houver essa mudança, que pode acontecer, não me verão noutro. O PCP nem sempre me tratou bem, mas não vale a pena levantar agora a crosta das feridas.

Porque estão saradas?
Saradas estão, mas esquecidas não.

Há uma pergunta, que calculo que para si seja particularmente incómoda, que tem a ver com o livro de Carlos Brito.
Qual livro de Carlos Brito?

O livro que a sua editora, a Caminho, recusou e que foi publicado agora na Campo das Letras.
Nada a dizer. Não sei nada. Não conheço a história.

Sente-se longe, Portugal não é a sua casa?
Não é a minha casa mas é o meu país. Sinto-me um português... pago os meus impostos aqui, se isso interessa a alguém... o que me dói é que esta terra tenha deixado de sonhar.

Imagina-se a voltar?
Creio que não. Mas mesmo lá [em Lanzarote], as coisas não são tão fáceis. Agora estão a chegar às Canárias clandestinos de África, e desenvolvem-se movimentos racistas, xenófobos, contra os quais protestei. E no outro dia, em Las Palmas, houve uma manifestação em que se gritava: "Saramago vai-te embora!".

E o senhor vai?
Não. Mas eu venho cá quase todos os meses, e sou apenas um dos muitos que vivem longe... o Jorge de Sena estava longe, o Rodrigues Miguéis também, o Eduardo Lourenço está longe, e alguns eventualmente não estão longe porque não podem, ou não encontraram razão para isso. Eu não faço tanta falta, e a que faço satisfaço-a escrevendo, em português.

O que está a escrever?
Vou escrever um prefácio para um dos livros da Bíblia, uma edição italiana, em volumes. Para uma colecção da Companhia das Letras, brasileira, vou fazer uma história policial com uma figura literária, escolhi o Alexandre Dumas. Há ainda "O Livro das Recordações", que afinal se chamará "O Livro da Lembrança", tenho que voltar aos "Cadernos de Lanzarote", que só interrompi para que não fosse um relato contínuo de viagens. E nestes últimos dias, em Lanzarote, apareceu-me uma ideia para um romance, "A Viagem do Elefante". Não quero dizer mais que o título.

"Não tenho nenhuma relação com Deus"

A propósito da Bíblia, a sua relação com Deus...
Não tenho nenhuma relação com Deus! Tenho uma relação com um texto que se chama Bíblia.

A sua tranquilidade é tanta que consiga dizer isso assim?
Total, total. Vivo tão tranquilamente com a Bíblia, como vivo com o Corão, com os Vedas, com o Talmude... são obras humanas! A Bíblia levou quatro mil anos a escrever! Se se considera legítimo, não havendo provas, que se diga que Deus existe, também se deve considerar legítimo que se diga que não. Há coisas que para mim são básicas: as religiões nunca serviram para aproximar as pessoas, pelo contrário; matar em nome de Deus é fazer de Deus um assassino, e assim se tem feito; se há guerras absurdas são as religiosas; se amanhã um Deus - porque se houver Deus é um único - tiver que chamar toda esta gente para lhe pedir contas, vai encontrar-se com milhares de religiões, sub-religiões, seitas, etc. E o que é que ele vai fazer? Premiar uns quantos que sejam católicos e islamistas e castigar os outros? Tudo quanto se passe em nome de Deus é pura farsa, puro engano, pura mentira, ninguém pode falar em nome de Deus, se Deus existe, não disse a ninguém nada. Não disse. Para mim não existe Deus.

E como é que se pensa na morte?
É enquanto estamos vivos que devemos pensar na morte. Qual é a diferença de pensar na morte crendo ou não crendo?

Para um crente a morte não é o fim.
Mas porque é que a morte não é o fim, se tudo tem que ter um fim? Tem algum sentido, numa galáxia tão imensa, que Deus tenha posta a sua suprema obra aqui?!!! Num planeta que tem uma história, que tem uma bola de fogo, que tem ainda fogo dentro? A vida é uma operação química de todos os dias e foi assim que começou. O milagre, a coisa genial, é que fomos capazes de inventar tudo. Até fomos capazes de inventar Deus. O que é que há fora da minha cabeça? Na minha cabeça pode estar Deus, pode estar o Diabo. Aqui [aponta para a cabeça] é que está o bem, o mal, a justiça, conceitos que transporto, aqui! E note que não sou má pessoa, nem preciso de Deus para ser boa pessoa, tentar, pelo menos. E não me tenho dado mal." 

"Catorze de Junho" poema declamado e inserido na obra de Luis Pastor "Nesta Esquina do Tempo"

Pode ser escutado, aqui via YouTube, pela voz de José Saramago

Catorze de Junho

"Cerremos esta porta.
Devagar. devagar, as roupas caiam
Como de si mesmos se despiam deuses,
E nós o somos, por tão humanos sermos,
É quanto nos foi dado: nada.
Não digamos palavras, suspiremos apenas
Porque o tempo nos olha.
Alguém terá criado antes de ti o sol,
E a lua, e o cometa, o negro espaço,
As estrelas infinitas.
Se juntos, que faremos? O mundo seja,
Como num barco no mar, ou o pão na mesa,
Ou rumuroso leito.
Não se afastou o temo. Assiste e quer.
É já pergunta o seu olhar agudo
À primeira palavra que dizemos:
Tudo." 

(in Poesia Completa, Alfaguara, pág. 636-637)

O poema "Catorze de Junho" é declamado nesta obra de Luis Pastor

"Fundação José Saramago abre hoje na Casa dos Bicos para desassossegar" - Foi assim que Isabel Coutinho do jornal "Público" noticiou o evento (13/06/2012)

A Presidenta Pilar del Río e António Costa, na altura Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Fotografia de Enric Vives-Rubio

Foi assim que Isabel Coutinho do jornal "Público" noticiou o evento (13/06/2012)
O artigo pode ser aqui recuperado,
em https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/fundacao-jose-saramago-abre-hoje-na-casa-dos-bicos-para-desassossegar-1550126

"Fundação José Saramago abre hoje na Casa dos Bicos para desassossegar"  

"Uma exposição dedicada à obra e à vida do Nobel da Literatura português, parte da sua biblioteca pessoal e a do amigo Vasco Gonçalves podem ser visitadas na Casa dos Bicos. Saramago está sempre presente.

As luvas brancas que Pilar del Río traz calçadas enquanto arruma a biblioteca na Casa dos Bicos, em Lisboa, foram usadas por José Saramago numa cerimónia honoris causa. Nestes dias têm ajudado a presidenta da Fundação Saramago a transportar caixas, pendurar quadros e organizar papéis neste edifício quinhentista da Rua dos Bacalhoeiros, que durante os próximos seis anos vai albergar a sede da instituição fundada pelo Nobel da literatura português. 

"Saramago usou-as durante uma cerimónia de um doutoramento honoris causa. Espero que a universidade não se importe... Ele não se importaria, porque estão a ser usadas para a sua obra", diz a viúva do escritor durante uma vista de jornalistas à casa que, em 2008, foi cedida à Fundação Saramago pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) por dez anos. Ali decorrem os últimos preparativos para a abertura ao público, marcada para hoje.

A cerimónia oficial de inauguração realiza-se às 11h30, com a participação do presidente da CML, António Costa. Por constrangimentos de espaço, é destinada apenas a convidados e à comunicação social, mas a Fundação José Saramago abrirá as portas ao público à tarde, entre as 14h e as 16h. 

Na cerimónia será apresentado um vídeo em que o autor de "História do Cerco de Lisboa" fala dos objectivos da fundação. Além dos discursos oficiais, falará o espanhol Fernando Gómez Aguilera, comissário da exposição "José Saramago. A Semente e os Frutos", que ocupa o primeiro andar da nova Casa dos Bicos, cujas obras de readaptação foram feitas pela dupla de arquitectos Manuel Vicente e João Santa-Rita.

A Casa dos Bicos, que tem uma importante jazida arqueológica a nível subterrâneo, abrirá todos os dias úteis das 10h às 18h e, aos sábados, das 10h às 14h. Em Junho, a entrada é grátis, depois passa a ser paga: o bilhete custará três euros para os portugueses e "entre cinco e seis euros" para os estrangeiros. A fundação vai viver dos direitos de autor da obra do escritor, que morreu a 18 de Junho de 2010, e do trabalho que se for fazendo nesta instituição, que assume como norma de conduta, nas suas actividades, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, e que tem por missão dar particular atenção aos problemas do meio ambiente e do aquecimento global do planeta. 

"Não temos qualquer outro apoio oficial e os tempos estão difíceis para conseguir mecenato. Por isso, o público vai ter de pagar entrada", explica Pilar del Río.

Parte da biblioteca pessoal de Saramago está agora guardada neste edifício, e será possível aceder ao resto dos seus livros (o essencial continua na sua biblioteca em Lanzarote), a partir de equipamento electrónico. A Casa dos Bicos tem ainda disponíveis áreas de trabalho para investigadores que estejam a estudar e a organizar o espólio. No terceiro andar, além da biblioteca e do auditório existe um espaço dedicado ao político e ex-primeiro-ministro português Vasco Gonçalves (1922-2005). 

A presidenta da fundação explica ao PÚBLICO que não irão existir outros espaços "porque José Saramago já não está cá para decidir, e também não caberiam mais". Saramago e Vasco Gonçalves eram amigos e o escritor respeitava muito o político e não queria que a sua biblioteca se dispersasse depois da sua morte. "Colaboraram juntos algum tempo, e José considerava-o um ser humano de uma qualidade extraordinária. Ele não queria que a biblioteca de Vasco Gonçalves - ainda por cima são os seus livros anotados - se dispersasse por respeito a um homem fundamental na revolução democrática e que foi muito mal interpretado por interesses muito concretos", afirma Pilar del Río.

No primeiro andar, Ana Saramago Matos, neta do escritor, está ocupada com os acabamentos da exposição "José Saramago: a Semente e os Frutos", que hoje abre ao público e que nasce da mostra "A Consistência dos Sonhos", que em 2008 esteve no Palácio de Ajuda em Lisboa, e também teve a curadoria de Fernando Gómez Aguilera, presidente da Fundação César Manrique, em Lanzarote. Essa exposição foi agora adaptada e ajustada ao espaço de exposições da Casa dos Bicos. A Semente retrata o início do percurso literário de Saramago, desde as suas origens na aldeia ribatejana da Azinhaga, com a evocação dos avós Josefa e Jerónimo, passando pelos anos de escrita jornalística e de militância cívica e política. 

A máscara de Beethoven

José Saramago costumava dizer que não se pode fazer nada sem se ter lido. Por isso a exposição inicia-se com as traduções que fez ao longo da sua vida, entre as quais a da obra "Ana Karenine". Os "frutos" referidos no título da exposição estão patentes nos manuscritos, nos livros em diferentes línguas e na consagração trazida pelo Nobel de 1998. A máscara branca de Beethoven de que se fala em Claraboia (Caminho) está pendurada na parede. Quando tinha vinte e tal anos, José Saramago passou por uma montra e viu uma máscara de Beethoven e não a comprou porque era cara. "O que é incrível é que aos setenta e tal anos Saramago foi a Bona, à cidade natal de Beethoven, encontrou a tal máscara e comprou-a", conta Pilar aos jornalistas entre as vitrinas com cadernos de notas, agendas em que o escritor organizava o dia-a-dia, cartas e fotografias com amigos de todo o mundo. Pode ver-se ainda a reconstituição do primeiro escritório onde Saramago escreveu, que era também um dos núcleos da exposição na Ajuda, e há equipamento de áudio com entrevistas, discursos e ainda vídeos. Tal como acontece na casa-museu em Lanzarote, a Casa dos Bicos tem uma loja onde os visitantes podem comprar livros de José Saramago em várias línguas e artigos com a marca da instituição.

A Fundação Saramago na Casa dos Bicos quer ser um centro emissor de ideias, debates, polémicas. "José Saramago dizia que escrevia para desassossegar. Nós estamos aqui para desassossegar também. Aquilo que as pessoas têm de encontrar aqui, e que temos de ser capazes de lhes dar, é o espírito de Saramago: nos papéis ou nos objectos que vão ver, mas também na dinâmica de trabalho e na programação que se faz", conclui Pilar del Río.

Notícia corrigida no dia 14/06 às 12h32, A Casa dos Bicos é um edifício quinhentista e não seiscentista