Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

"Mafra comemora 300 anos do Palácio Nacional com meia centena de eventos" com vários destaques para o "Memorial do Convento" de José Saramago

Pode ser consultada e recuperada a informação aqui,
em https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/mafra-comemora-300-anos-do-palacio-nacional-com-meia-centena-de-eventos-1749749

"Mafra comemora 300 anos do Palácio Nacional com meia centena de eventos"

O programa prevê conferências, visitas à Tapada Nacional, lançamento de livros, concertos, encenação de uma peça de teatro, visitas subterrâneas a locais vedados ao público e exposições

Mafra vai comemorar os 300 anos, desde o lançamento da primeira pedra do Palácio Nacional, com cerca de 50 iniciativas culturais e religiosas, ao longo do ano, anunciou esta quarta-feira a comissão organizadora.

Direcção-Geral do Património Cultural, Palácio Nacional, Câmara Municipal, Escola das Armas, Tapada Nacional e a Paróquia de Mafra anunciaram, em conferência de imprensa, o programa, que prevê conferências, visitas à Tapada Nacional, lançamento de livros, concertos a seis órgãos, encenação de uma peça de teatro baseada no Memorial do Convento, de José Saramago, visitas subterrâneas a locais vedados ao público e exposições, ao longo do ano.

O director do palácio, Mário Pereira, espera que as comemorações sejam "sinónimo de investimento", recordando que foi lançado um concurso de 2,3 milhões de euros para a reabilitação dos sinos e carrilhões durante o próximo ano.

Em 2017, o monumento vai ser alvo também de obras de instalação de um elevador (400 mil euros), para as quais deverá ser em breve lançado concurso, e de restauro da Sala do Trono (50 mil euros), além de vir a ser dotado de 'áudio-guias' para facilitar a visita pelos turistas.

O programa das comemorações arranca no dia 17 com um espectáculo de fogo-de-artifício e uma conferência, pelo bispo auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás Martins.

O programa contempla, ainda este mês, uma exposição de arte alusiva ao tricentenário, uma missa na Basílica, acompanhada pelos seis órgãos históricos e dois coros (dia 19), e uma conferência pelo cardeal patriarca, Manuel Clemente (28).

Em Dezembro, acolhe, nos dias 17 e 18, um concerto a seis órgãos com a participação do Coro da Academia de Música de Santa Cecília de Lisboa, enquanto no dia 10 é lançada uma nova edição do Memorial do Convento, com prefácio de Carlos Reis e ilustrações do pintor João Abel Manta, para assinalar os 18 anos da entrega do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago.

Em 2017, o palácio associa-se às cerimónias da Quaresma (Março) e da Páscoa (Abril), com missas presididas pelo cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente.

Em Maio, é realizado o espectáculo teatral A luz no Sagrado, nos dias 19 e 20, a 26 é lançado o livro Os Órgãos Históricos do Concelho de Mafra, e, de 24 a 28, o palácio acolhe o Festival Internacional de Órgão, promovido pela Associação das Cidades com Órgãos Históricos.

Em Junho, organistas austríacos dão um concerto nos seis órgãos da basílica (dia 11) e vai ser promovida uma recriação histórica alusiva à fase de construção do monumento (dias 24 e 25).

Em Setembro, os visitantes vão poder observar um espectáculo de videomapping e fogo-de-artifício ( dias1 e 2).

Em Outubro, destaque para o dia 21, com uma mostra gastronómica alusiva à época e ópera e, no dia 22, uma missa presidida por Manuel Clemente, para assinalar a sagração da basílica.

O programa encerra a 17 de Novembro de 2017, com a comemoração dos 300 anos do lançamento da primeira pedra da basílica, de novo com um concerto a seis órgãos e fogo-de-artifício."

"1936, o Ano da morte de Ricardo Reis" baseado na obra de José Saramago em cena no teatro A Barraca

Aqui mais informações,

"Este belo e profundo romance convida a uma reflexão dramatúrgica muito entusiasmante.
Começa pela invenção do encontro entre Fernando Pessoa já falecido e o heterónimo Ricardo Reis, com casos reais de sexo e paixão, também de ambiente surdo, falso e pesado, e porque fala com humor da relação criador / “obra / figura/personagem”.
Além disso, define como protagonista principal da obra, o ANO em que a trama se desenvolve.

E que ANO!!??

1936! Alguns dados... Comemoração dos 10 anos do golpe militar de 28 de Maio de 1926 que foi o pontapé de saída para o início do fascismo, especialização da polícia política com o apoio da Gestapo, fundação da Mocidade Portuguesa, Legião Portuguesa e campo de concentração do Tarrafal… Mussolini invade a Etiópia com o silêncio cúmplice das casas Reais Europeias, Hitler intensifica o ataque aos judeus, começo da guerra civil de Espanha…
Nos tempos de hoje, de frágil memória, menoridade cívica e ética, fundamentalismos, militarismos, imperialismo financeiro gerando miséria e horror Universais, renascendo a tenebrosa fénix nazi-fascista, aqui está uma obra que demonstra que as convulsões sociais nunca - infelizmente - , passaram a “coisa” datada e de dispensável interesse arqueológico."

de Hélder Mateus da Costa

Pode ser visualizado via YouTube, aqui

"1936, o Ano da morte de Ricardo Reis"
a partir do romance de José Saramago
um espectáculo de Hélder Mateus da Costa

com
ADÉRITO LOPES - Ricardo Reis
CAROLINA PARREIRA – Marcenda
JOÃO MARIA PINTO – Dr. Sampaio / Espanhol Franquista / Ceguinho viola
RUBEN GARCIA – Fernando Pessoa /Carregador da mala
SAMUEL MOURA – Salvador
SÉRGIO MORAS – Vitor/ Recrutador/ Saramago
SÓNIA BARRADAS – Lídia